Trabalho de Graduação Integrado
Documento
Autoria
Unidade da USP
Data de Apresentação
Orientador
Banca
Alfredo, Anselmo (Presidente)
Iokoi, Zilda Marcia Gricoli
Santos, César Ricardo Simoni
Título em Português
Contrabando, valor e crise: perspectivas da busca pelos sujeitos na fronteira Foz do Iguaçu Ciudad Del Leste
Palavras-chave em Português
Contrabando
Fronteira Foz do Iguaçu
Valor
Capitalismo (Aspectos críticos)
Resumo em Português
Inicialmente, o trabalho teve como objetivo compreender o contrabando
enquanto uma forma concorrencial do capitalismo. Nesse sentido, o primeiro
passo dado foi em direção à recuperação dos debates marxistas em torno da
teoria do valor e dos aspectos críticos da reprodução capitalista, buscando o
papel da ilegalidade dentro dos pressupostos gerais da acumulação.
As questões teóricas levantadas, que deram origem a primeira parte do
trabalho, apontaram para uma crise simultânea entre a sociedade civil e a
forma valor. Desta maneira, foi proposto a execução de um trabalho de campo,
onde o contrabando seria o fio condutor que iluminaria as formas de
manifestação da sociabilidade crítica em seu nexo com a crise do capital.
A elaboração dos marcos teórico-metodológicos para a execução do trabalho
de campo se mostrou momento fundamental para a reelaboração do próprio
trabalho, na medida em que trouxe a possibilidade de alargamento do escopo
teórico, ao mesmo tempo em que “reavivou” a tensão necessária, entre teoria e
prática, para a construção do conhecimento científico.
Novas questões emergiram, estabelecendo novos objetivos: qual seria o lugar
dos sujeitos e da subjetividade de seus relatos para a construção do
conhecimento? Haveria nestes relatos e nestas experiências algo que tivesse a
potência de revelar a negatividade do capital?
O retorno a questão dos sujeitos se fez fundamental: a concepção e construção
do conhecimento moderno se dá pela relação entre o sujeito e o objeto – é
dizer, entre um ser cognoscente e um objeto cognoscível. Nesse sentido, o
“real” não é algo externo ao indivíduo, mas é uma miragem que o sujeito
produz no interior de si mesmo, mediado pelas construções sociais que herdou.
Admitiu-se, desta forma, a impossibilidade de conhecer em campo, de forma
absoluta, a realidade (concreta) em si mesma.
A cisão sujeito-objeto ganhou novos contornos, na medida em que me
reconheci enquanto sujeito (pesquisador), guiado por meus próprios interesses,
em oposição aos narradores (objetos de pesquisa), que, por sua vez, foram
guiados por seus próprios interesses na construção das narrativas. Cisão
posta, o método de História Oral permitiu ao menos tencionar o metabolismo
do poder de comando nos relatos.
O trabalho tentou explicitar que, em sua relação totalizante, o capital tende a se
apropriar de todas as experiências sociais em meio a sua “missão civilizatória”.
Ao mesmo tempo que se apropria destas experiências, constrói uma identidade
positiva de si mesmo (capital): a ideologia “o trabalho dignifica o homem” é
simultânea a imposição do trabalho e da destruição dos modos de vida
anteriores a ele. Desta forma, buscou-se, na contramão, encontrar o negativo
do capital, em seus aspectos lógicos e práticos para a construção de sua
crítica.
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Data de Publicação
2018-03-21
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