Trabalho de Conclusão de Curso
Documento
Autoria
Unidade da USP
Data de Apresentação
Orientador
Banca
Lorenzi, Carla Guanaes
Areco, Nichollas Martins
Amorim, Katia de Souza
Título em Português
Fantasmas e flores : a vivência e os vínculos de crianças com câncer, no processo de internação hospitalar
Palavras-chave em Português
Psico-oncologia pediátrica
Vínculo emocional
Criança hospitalizada
Desenvolvimento
Resumo em Português
A criança com câncer, em uma situação de internação, é assistida por uma equipe multiprofissional. Nesta situação, a criança passa por diversas perdas, pelo afastamento da escola, rotina e atividades lúdicas, vendo-se inserida em um contexto inédito, repleto de medicamentos, exames clínicos, injeções, internações e intervenções (cirúrgicas e quimioterápicas), realizadas por médicos, enfermeiros, psicólogos e demais profissionais. Dentre os diversos fatores que permeiam a nova rotina, destaca-se a necessidade de se fazer a (re)construção dos antigos vínculos (familiares / amigos) e coloca-se como em aberto a construção de novos vínculos, em função da doença que coloca inclusive como possível e iminente a ruptura da relação, pela morte por câncer. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi buscar compreender como a criança percebe esse novo ambiente e como, nesse contexto, são (re)(des)construídos e (re)estabelecidos os vínculos com profissionais e familiares. Como pressuposto teórico foi utilizada a perspectiva da RedSig, que entende o desenvolvimento humano como ocorrendo ao longo de todo o ciclo vital, inserido em um contexto histórico-cultural. A metodologia da pesquisa foi qualitativa, tendo-se realizado dois estudos de casos. Foram investigadas duas meninas, uma de três e outra de seis anos, com câncer, hospitalizadas em um hospital terciário, no interior paulista. A coleta de dados contou também com um mapeamento inicial da rotina e dos profissionais dessa enfermaria; depois, foram conduzidas sessões lúdicas com as crianças no leito do hospital, utilizando-se de bonecos, brinquedos para a idade, jogos e uma câmera fotográfica. A análise evidenciou, por meio do mapeamento da equipe profissional, alta rotatividade, o que dificulta a vinculação e a compreensão da criança do ambiente. Verificou-se nos casos e contexto analisados que, apesar do afastamento de casa, preservam-se os vínculos iniciais da criança com a família (particularmente, os pais), sendo favorecido pela própria organização institucional. Ainda, há a construção de novos vínculos nesse ambiente, em que a criança busca contato com a equipe, resultandona construção de vínculos, mesmo nesse ambiente novo e adverso. Apesar das diversas rupturas ou mudanças na rotina, observou-se também a ligação da criança com outros membros da família e amigos, assim como da escola. Apesar desses pontos em comum, são evidenciadasalgumas diferenças entre as crianças estudadas, em função de fatores como a idade (com diferentes percepções sobre a doença e o risco),o momento do tratamento (início, em andamento ou em fase de término), período de internação de cada, assim como a existência de internações anteriores. Os resultados da pesquisa podem vir a contribuir tanto para o campo do desenvolvimento, de modo a apreender como se dão as construções das relações afetivas em situações em que há inclusive a possibilidade iminente de rupturas com a morte e como a criança percebe o momento da internação
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Data de Publicação
2015-01-16
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