Trabalho de Conclusão de Curso
Documento
Autoria
Unidade da USP
Data de Apresentação
Orientador
Banca
Buranelli, Raquel Corrêa (Presidente)
Manfrin, Maura Helena
Mariano, Mariana Terossi Rodrigues
Título em Português
Variabilidade populacional do ermitão Calcinus tibicen ao longo do Atlântico Ocidental avaliada por ferramentas moleculares e morfológicas
Palavras-chave em Português
Anomura
Diogenidae
Divergência genética
Espécies crípticas
Separação alopátrica
Resumo em Português
A variabilidade populacional tem sido um campo de estudo importante no entendimento de processos evolutivos e na obtenção de dados genéticos e fenotípicos de grupos taxonômicos. Tais informações podem ser utilizadas em estudos sobre biogeografia, demografia histórica e especiação. Nesse contexto, perfil de alta variação intraespecífica tem sido evidenciado em espécies de crustáceos decápodes marinhos com ampla distribuição geográfica, podendo, em alguns casos, indicar processos de especiação. A distribuição geográfica de Calcinus tibicen inclui extensas áreas costeiras do Atlântico Ocidental, sendo encontrado desde a Península da Flórida, nos Estados Unidos, até o estado de Santa Catarina, no Brasil. Diante disso, esse trabalho teve como objetivos avaliar a variabilidade morfológica e molecular da espécie ao longo de toda sua distribuição. Os dados moleculares foram obtidos seguindo procedimentos de extração, amplificação, purificação e sequenciamento do material genético de 75 espécimes para o gene COI e de 20 exemplares para o gene 16S, provenientes de 20 localidades. Por outro lado, os resultados sobre a morfologia e a morfometria foram baseados na análise de 98 exemplares. As redes de haplótipos apontaram a presença de dois grupos geneticamente bem definidos, os quais não compartilham haplótipos e estão separadas por 44 e 13 passos mutacionais, respectivamente, para o gene COI e 16S. Esses resultados, juntamente com as árvores filogenéticas e as matrizes de distância genética obtidas, sugerem ausência de fluxo gênico entre o grupo do Atlântico Norte e do Brasil. A Análise de Variação Molecular para o gene COI corroborou essa separação, indicando que a maior parte da variação genética (93,93%) encontrada pelo teste ocorre entre os dois grupos e apenas 0,08% está entre as localidades de cada grupo, assim como as análises discriminantes com base na morfometria, as quais apontaram essa mesma estruturação para os machos da espécie. Essa separação encontra subsídios na presença da foz do rio Amazonas, a qual coincide com o hiato de distribuição da espécie, constituindo uma importante barreira fisiológica. Esse impedimento extrínseco é significativo para as larvas da espécie (desenvolvimento anamórfico), que constituem a principal forma de dispersão para a espécie. A hipótese levantada é que esses indivíduos poderiam estar distribuídos ao longo de toda a costa do Oceano Atlântico, todavia, com o soerguimento das cadeias de montanhas dos Andes e consequente mudança no sentido de desague do rio Amazonas, diferenças genéticas passaram a serem acumuladas por fatores evolutivos diferentes em cada região (Atlântico Norte e Brasil), a ponto de podermos sugerir um possível isolamento reprodutivo entre os dois grupos, bem como a potencial existência de espécies crípticas, visto que padrões morfológicos específicos para cada grupo não foram observados
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Data de Publicação
2017-03-20
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