Avaliação da liberação e toxicidade de metais em escória de fundição: o caso...

O Vale do Ribeira possui uma longa história de atividades de mineração: foram instaladas nove minas e uma indústria metalúrgica nesta região. Por aproximadamente 40 anos, o rio Ribeira de Iguape recebeu escória de fundição (enriquecida em Cu, Zn, Cr, Fe, Pb e As) produzida e descartada pela Plumbum S/A, localizada em Adrianópolis (Paraná – Brasil). De 1991 a 1995 a escória foi disposta diretamente no solo próximo ao rio. O restante da escória foi empregada na pavimentação de ruas no município de Adrianópolis. Ainda hoje, esse material continua interagindo com o meio ambiente (processos de alteração e transporte). Para verificar a contribuição da escória na contaminação do solo e da água, foram realizadas as seguintes análises: granulometria, química total, MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura, ensaios de lixiviação, solubilização e toxicidade. Os resultados obtidos mostraram que o resíduo é magnético e que a fração granulométrica predominante é a areia. A concentração média de Zn foi de 118.004,33 ppm e a de Pb foi de 34.018,00 ppm. O teste de lixiviação foi realizado de acordo com a norma ABNT - NBR 10.005 e teve como resultado a concentração de 1,67 mg L-1 de Pb no extrato lixiviado. O teste de solubilização foi realizado de acordo com a norma ABNT - NBR 10.006 e o extrato solubilizado exibiu uma concentração de 0,23 mg L-1 de Pb. De acordo com a norma ABNT – NBR 10.004, a escória foi classificada como resíduo sólido Classe I- Perigoso, em decorrência dos resultados obtidos para o Pb nos ensaios de lixiviação e de solubilização. De acordo com a norma ABNT-NBR 12.713, foi realizado um teste de ecotoxicologia aquática (com a espécie Dapnhia similis), no extrato resultante do ensaio de solubilização, no qual foi verificada a mortalidade de 50% dos organismos em todas as diluições (12.5, 25, 50 e 100%). Os resultados do ensaio de ecotoxicologia mostraram que a concentração dos metais no extrato solubilizado é capaz de afetar os organismos. A partir dos resultados obtidos, nota-se que uma opção para mitigação deste passivo ambiental é a cobertura adequada da escória para evitar o contato de animais e pessoas que vivem perto do rio.

Palavras-chave em Inglês

Metallurgic
Slag
Lead
Contamination
Toxicity
Adrianopolis

Resumo em Inglês

The Ribeira de Iguape River Valley has a long history of mining activities. Nine mines and one metallurgic industry were installed around Ribeira Valley. For approximately 40 years, Ribeira de Iguape River received metallurgical slag (enriched in Cu, Zn, Cr, Fe, Pb and As) produced and discharged by Plumbum S/A, company with an office in Adrianópolis (Paraná – Brazil). From 1991 to 1995 the remaining slag was disposed of directly on the ground near the river; besides, the remaining slag was used to paving streets. Nowadays they are transported and interact with the environment (weathering processes). In order to verify the contribution of these mining wastes in the soil and water contaminations the slags were evaluated: grain size evaluation, chemical analyses, SEM - Scanning Electron Microscope, leaching tests, solubilization tests and toxicity tests. The results showed that the residues are magnetic, with a predominant sand fraction and have high Zn (average of 118004.33 ppm) and Pb (average of 34018.00 ppm). Leaching test was done according to the Brazilian Norm ABNT-NBR 10.005 and the concentration of extracted Pb was 1.67 mg/L. Solubilization test was done according to the Brazilian Norm ABNT-NBR 10.006 and the extracted solution exhibited 0.23 mg/L of Pb. The results showed high Pb levels (recommended value – 0,01 mg/L), being classified as Class I – dangerous by Brazilian Norm (ABNT-NBR 10.004). Toxicology test, in accordance with the Brazilian Norm (ABNT-NBR 12713) showed a mortality of 50% (Dapnhia similis) in every dilutions (12.5, 25, 50 e 100%). The results show that these concentrations (extracted solution) are capable to affect the organisms (ecosystems). The conclusion is that one option to help solving this environmental liability is to cover adequately the slag to avoid any contact with animals or people who live near the river.

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Data de Publicação

2012-03-29

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